No Centro de Portugal e duplamente atravessado por canais da Ria de Aveiro, o Município de Ílhavo, com cerca de 75 km2 e cerca de 40.000 habitantes, é a norte delimitado pela barra, que une esta laguna ao Oceano Atlântico, estendendo-se por uma ampla área plana onde se encontram implantadas as suas duas cidades - Ílhavo e Gafanha da Nazaré, mas também uma vasta área verde de Mata Nacional e um extenso cordão litoral de praias de areal dourado – as carismáticas praias da Barra e da Costa Nova.
A cerca de 3 km de Aveiro, tomando a E.N. 109 na direcção do sul, encontra-se Ílhavo, antiga Illabum que porventura terá sido fundada pelos Gregos. Tal como Aveiro, localiza-se nas terras baixas banhadas pelos braços da ria que o rio Vouga desenha quando chega ao mar. Esta geografia peculiar condicionou desde tempos recuados a actividade dos seus habitantes, atraindo-os para as fainas da pesca e à longínqua Terra Nova em busca do bacalhau. Merece visita o Museu Marítimo com uma admirável mostra dedicada à ria e ao mar, a não deixar esquecer como eram as velhas embarcações que deslizavam pela ria, os instrumentos náuticos e os variados aparelhos de pesca.
De passagem pela igreja matriz, datada de 1785 e dedicada a S. Salvador, não deixe de entrar. Lá dentro, entre outras peças de interesse, destaca-se a imagem do Senhor dos Navegantes, da devoção dos homens do mar. Na capela de Nossa Senhora do Pranto repare-se numa escultura da Senhora, em calcário policromado, que remonta ao séc. XV.
Muita da terra que hoje se pisa em redor de Ílhavo foi em tempos arrancada aos braços da ria pelo enorme esforço dos ilhavenses. São as "gafanhas", solos extremamente férteis que produzem batata, milho, feijão e hortaliças, raiz do nome de várias das freguesias da região: Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação, Gafanha do Carmo.
Muito perto de Ílhavo, a Fábrica da Vista Alegre que desde há 170 anos protagoniza o fabrico de uma das mais prestigiadas porcelanas do Mundo, o museu, as lojas e todo o interessante complexo industrial junto de um dos braços da ria, são, sem dúvida, dignos de visita.
Por entre os campos férteis das Gafanhas siga na direcção de Vagos, concelho rural conhecido pela produção de leite. Atravesse o braço sul da Ria na direcção da praia da Vagueira. Uma estrada paralela ao mar conduz à Costa Nova. Aqui, deixe-se encantar pelos coloridos palheiros.
Famoso pelas praias, pelo bacalhau e pela Vista Alegre, o Município de Ílhavo é deslumbrante! Descubra o ponto de ligação entre o Oceano Atlântico e a Ria de Aveiro, os museus fascinantes, a luminosidade ímpar e as condições fantásticas para a prática dos desportos náuticos. Conheça, de forma muito rápida, tudo o que necessita saber quando aqui estiver.
Nos canais da Ria praticam-se as atividades náuticas, a pesca, os desportos náuticos, a observação das aves e de outros valores naturais, que propiciam bons momentos, diferentes e únicos. Nos areais das Praias da Barra e da Costa Nova, o Mar junta-se à terra de forma única e bela, sendo pretexto de múltiplos usos, sempre sob a luz, a cor e a referência do Farol e dos Palheiros da Costa Nova.
O Museu Marítimo de Ílhavo partilha a história épica da Pesca do Bacalhau à linha e o seu Navio Museu Santo André conta a vida do arrasto. Também não foi esquecido o peixe vivo no seu habitat: o Aquário dos Bacalhaus. A Cultura no Município de Ílhavo vive-se com intensidade e com criatividade nos seus quatro espaços: Laboratório das Artes, Fábrica das Ideias, Casa da Cultura e Cais Criativo.
A Fábrica da Vista Alegre marca presença nas mesas das casas reais europeias, exemplo do que melhor se faz em Portugal, contando-nos a história da cerâmica ao longo dos últimos duzentos anos, bem representada no seu novo e extraordinário Museu e encantando-nos com as suas delicadas e requintadas criações artísticas.
Por falar em mesa, delicie-se com a nossa extraordinária gastronomia, em que o peixe, de uma forma geral, e o bacalhau, de uma forma muito particular, assumem um papel preponderante, lado a lado com o inconfundível arroz doce à moda de Ílhavo ou as papas de abóbora, assim como com o delicioso pão de Vale de Ílhavo, ainda hoje cozido em fornos a lenha, pelas mãos das tradicionais padeiras, vizinhas dos inconfundíveis Cardadores, figuras únicas nos carnavais de toda a região.
Seja bem-vindo ao Município de Ílhavo, destino de eleição para visitar e ficar...
ARQUITETURA
São incontornáveis as referências históricas ao Farol da Barra, o mais alto em Portugal, vigilante atento da segurança marítima, e os palheiros da Costa Nova, as casas com riscas coloridas em fundo branco, antigos armazéns de pesca e de salga atualmente convertidos em exuberantes residências balneares. Mas o Município de Ílhavo alberga também alguns grandes equipamentos públicos nacional e internacionalmente premiados pela sua qualidade arquitetónica contemporânea: o edifício do Museu Marítimo de Ílhavo foi, por exemplo, considerado um dos museus mais espetaculares do século XX, e são também muito apreciados o Cais Criativo da Costa Nova, a recuperação da Biblioteca Municipal de Ílhavo ou o hotel da Vista Alegre.
A capela setecentista de Nossa Senhora da Penha de França é monumento nacional e, além do espólio azulejístico atribuído a Gabriel del Barco, inclui também um espetacular túmulo barroco da autoria de Claude Laprade e uma das maiores árvores de Jessé que se conhecem na Europa. Precede a construção do bairro operário, onde se insere, com quase dois séculos, e que se associa aos movimentos de utopia social após a Revolução Industrial. Ao longo dos tempos, foi evoluindo e incorpora também importantes contributos do movimento da “casa portuguesa” defendido durante o Estado Novo.
Já o antigo centro urbano de Ílhavo, em completo contraste e resultando de uma profusão de influências transoceânicas relacionadas aos fenómenos da pesca longínqua e da emigração para o continente americano, virá a incluir alguns dos mais relevantes exemplares de Arte Nova do país, destacando-se também a Art Deco / Modernismo, e a tornar-se exuberante território do azulejo, quer como revestimento de fachada quer utilizando painéis decorativos ilustrando cenas do quotidiano.
Estas referências convivem harmoniosamente com a arquitetura tradicional, como a Casa Gafanhoa, associada ao lavrador e ao pescador do litoral português, o que confere ao território um efervescente caráter de experimentação.
LIFESTYLE
Temperado pelo sal e pelo sol, pela brisa marinha e pelo cheiro do pinheiro bravo, o caráter dos ilhavenses é alegre e enérgico, ousado e criativo. A aventura da labuta quotidiana, por vezes trágica, não apagou a doçura destas mulheres e homens que, sabendo-se privilegiados por habitar este território singular, pleno de beleza cénica e disputado pela terra, pelo mar e pela ria em jogos de luzes e marés, se entregam ao trabalho ou ao lazer com a mesma energia, entusiasmo e com orgulho da sua cultura e da sua identidade.
Desse caráter são testemunhos o Museu Marítimo de Ílhavo, com o seu Aquário dos Bacalhaus, o Navio Museu Santo André e o Centro de Investigação e Empreendedorismo, um dos mais visitados no país, que homenageia todos aqueles que, no passado e no presente, dedicam a sua vida às pescas, sejam elas as longínquas - como a do bacalhau, costeiras ou lagunares, e ainda às atividades ribeirinhas.
Viver esse que cada uma das comunidades deste território policêntrico: Ílhavo, Gafanhas, Barra, Costa Nova e Vale de Ílhavo, transporta dos jardins, ruas e becos para as suas catedrais culturais… A Casa da Cultura é a segunda casa de espectadores e artistas, local de bem receber o Mundo, a Fábrica das Ideias, à semelhança da cidade industrial onde está instalada – a Gafanha da Nazaré, produz e exporta arte, estando ao serviço da criação artística. O Laboratório das Artes Teatro da Vista Alegre é um espaço dedicado ao pensamento, à pesquisa e à experimentação, acolhendo as manifestações culturais mais eruditas, sejam elas clássicas ou contemporâneas. Finalmente o Cais Criativo, na Costa Nova, é um espaço jovem e efervescente no verão, descontraído, tal como a praia onde se encontra, e introspetivo e inspirador no inverno.
Vela, surf, kitesurf, canoagem ou mergulho, além de grandes eventos da náutica e outras variantes desportivas, são o inspirador cartaz do mar e da ria, anfiteatros naturais para os desportos náuticos, num Município onde também as bicicletas, as caminhadas ou a prática desportiva nos diversos campos públicos, fazem parte dos hábitos de lazer, que incluem também descontrair nas praias da Barra e da Costa Nova. O Mar por Tradição é, como em nenhum outro poderia ser, o lema do Município de Ílhavo.
Desse caráter é também testemunho o Museu da Vista Alegre, símbolo, ainda hoje, de excelência nacional nos domínios da criatividade, qualidade e empreendedorismo. Evoca tanto o património industrial desta fábrica como o percurso da sua comunidade operária, residente naquele que é um dos maiores, mais antigos e ainda em laboração bairros operários europeus, quase uma minicidade, onde muito há a aprender e a viver. A a este relevante património imaterial juntam-se também os Cardadores, figuras icónicas do carnaval tradicional de Vale de Ílhavo.
HISTÓRIA
A história do Município de Ílhavo, tal como de toda a região em que se insere, está profundamente marcada pelas dramáticas alterações que a rede hidrográfica e a linha de costa sofreram ao longo do tempo. Há cerca de dez séculos atrás a Ria de Aveiro não existia ainda. A bacia do rio Vouga terá sido, nessa altura, uma baía aberta ao mar.
Assim, com cerca de nove séculos e meio de vida documentada, não se estranha que Ílhavo tenha sido apontada por vários autores como sendo descendente de lendários navegadores, que terão entrado pela foz deste rio e aqui se estabelecido.
Os empreendedores ilhavenses foram eles próprios, posteriormente, fundadores de numerosas comunidades marítimas ao longo da costa portuguesa, por via da sua vocação marítima e piscatória, que terá o seu expoente máximo na primeira metade do século XX, época em que se notabilizarão pela tenacidade e coragem dos seus capitães, marinheiros e pescadores nas campanhas de pesca ao Bacalhau – a Faina Maior, nos tempestivos Oceanos Ártico e Atlântico, que banham as costas da Terranova (Canadá) e da Gronelândia.
Foram economicamente relevante para o município a indústria de transformação de peixe, a produção de sal, a pesca artesanal, a construção naval e as atividades portuárias, com a instalação do Porto de Aveiro, na Gafanha da Nazaré. No entanto, e enquanto comunidade criativa, sempre se notabilizou, e desenvolveu também a indústria cerâmica, em especial a da porcelana, a partir do surgimento da Vista Alegre, em 1824.
No presente, e perspetivando desde já o futuro, a Economia Azul - associada ao aproveitamento e transformação dos recursos marinhos, com destaque para a indústria bacalhoeira, e empresas que são referências mundiais no âmbito da Mecânica, Eletrónica, Cerâmica, e no Turismo, são os pilares da atividade económica local, ancoradas na Inovação e na Criatividade.
ENTRE A RIA E O MAR: TRILHO NATUREZA
O pedestrianismo tem-se vindo a revelar, um pouco por todo o mundo, como uma actividade muito importante não só ao nível da melhoria da qualidade de vida de quem a pratica com regularidade, mas também ao nível da promoção ambiental, turística e cultural das regiões onde é praticada.
O Concelho de Ílhavo é sem dúvida, pela sua rica história, pela sua situação geográfica privilegiada e pela diversidade das suas paisagens, fruto de uma interessante combinação de mar, ria e área florestal, um local de eleição para este tipo de actividade. A (re)descoberta das cidades, das vilas ou das aldeias, pelos visitantes e mesmo pelos habitantes locais, assim como a dinamização de novos pontos de contacto com a Natureza, são sem dúvida ferramentas fundamentais para a construção de um Concelho turisticamente mais atractivo, ambientalmente mais sensibilizado e fisicamente mais activo.
É com estes objectivos em mente que a Câmara Municipal de Ílhavo se propôs implantar uma Rede de Percursos Pedestres, constituída por Trilhos de Natureza e por Trilhos Urbanos, do qual este Trilho faz parte. Esperamos que o aprecie e que desfrute de tudo o que ele tem para lhe mostrar.
A presença harmoniosa de natureza e tradição, cores e imagens duma terra rica de história, é a característica principal do percurso Entre Ria e o Mar. Para além da agradável sensação própria dum benéfico passeio, este percurso proporciona uma aliciante experiência de contacto profundo com o meio ambiente, à descoberta dos grandes e pequenos segredos que este local oferece.
O trilho inicia-se ao longo da praia, proporcionando a possibilidade de entrar em contacto directo com um ecossistema complexo, frágil e ao mesmo tempo fascinante, tornando-se numa autêntica viagem entre cores, sons e odores. Aqui, a paisagem dunar é sem dúvida a protagonista: o maravilhoso equilíbrio entre a acção dos ventos e a tenacidade das numerosas espécies de plantas moldaram, ao longo de séculos, esta costa, criando as dunas. E se a flora é directamente responsável pela criação, manutenção e desenvolvimento natural do sistema dunar, constitui também um habitat óptimo para algumas espécies animais: desde pilritos e borrelhos, que se podem observar a correr velozmente ao longo do areal, aos vários mamíferos adaptados a estas condições tão particulares.
Ao caminhar para o interior, somos surpreendidos pela deslumbrante paisagem de transição entre o Mar e a Ria: dum lado as ondas do mar que, com toda a firmeza que lhe é característica, rebentam ao largo da costa; do outro as águas tranquilas da ria, que espelham o azul do céu.
Ao longo da Beira Ria (Costa Nova), o espectáculo perante os nossos olhos muda totalmente: a vegetação, caracteristicamente ripícola; a fauna, semelhante àquela de estuários e de grandes lagos, e, por fim, a calmaria da Ria, onde os raios do Sol brilham produzindo milhares de faíscas sobre a superfície das águas. É um ecossistema extremamente rico em biodiversidade e cheio de vida.
Emoldurados nesta paisagem de harmoniosos contrastes, encontramos também testemunhos da tradição, da história e da cultura da gente que habita estes locais, como o Farol da Barra, que com os seus 62 metros de altura acima do nível do mar, desempenha há mais que um século um papel fundamental no controlo do tráfego marítimo nesta zona. Na Costa Nova, onde os típicos palheiros, ex-libris da localidade, nos falarão das origens desta histórica povoação, o pedestrianista poderá ainda confrontar-se com a vida frenética e pitoresca do mercado do peixe; com o fascinante espectáculo das proas das embarcações reflectidas nas águas da Ria no cais dos pescadores; com os sabores da gastronomia típica.
Mas a rica história desta região reserva aos seus visitantes ainda inúmeras surpresas como a presença da evidência arqueológica dum antigo barco de grande porte (sec. XV) e da sua preciosa carga no fundo das águas da ria. O percurso proporciona uma experiência única, e é também pensado para a prática de desporto, nomeadamente pedestrianismo, manutenção, jogging, estando devidamente marcado e sinalizado.
COSTA NOVA
O percurso cultural “Costa Nova” representa um verdadeiro convite a descobrir a vivência, a história, as tradições e os sabores duma histórica povoação de pescadores: Costa Nova. Já após os seus primeiros passos, o visitante deste local deixar-se-á levar pela forte
sugestão das cores vivas das casas típicas, os palheiros, pelo forte contraste dado pelo constante ímpeto das ondas do Oceano, dum lado da povoação, e a calma das águas da Ria, do outro. O pedestrianista poderá ainda confrontar-se com a vida frenética do mercado do peixe, com o fascinante espectáculo das proas das embarcações reflectidas nas águas levemente onduladas da Ria, no Cais dos pescadores, e com a cordialidade dos habitantes. O dia-a-dia dos pescadores, as redes deixadas ao sol, as decorações marinhas que se consegue observar através das janelas nas casas típicas, reflectem a origem desta povoação, intimamente ligada à actividade piscatória.
A Costa Nova surgiu de facto já no início do século XIX, em concomitância com a abertura da Barra no lugar onde ainda hoje se encontra, como sítio onde se praticava a Arte Xávega, actividade piscatória realizada com barcos característicos e em forma de meia-lua. Começaram então a ser edificados a poucos metros do mar os primeiros palheiros, construções em tábuas de madeira sobrepostas e cobertas originariamente com caniço (daí talvez o nome “palheiro”), para guardar as alfaias da apanha das algas e da faina. Mais tarde os pescadores com as suas famílias e os mercadores de pescado transferiram-se definitivamente para este local, convertendo os palheiros antes utilizados como armazém, em habitações.
Ainda hoje o maior fascínio que suscita a Costa Nova é representado pela constante adaptação do homem às condições naturais adversas: a zona mais interior do sistema dunar foi ocupada pelos palheiros, e as marés da Ria influenciam diariamente o ritmo de vida e as actividades dos habitantes.
Verdadeiramente pitorescas são as ruas estreitas entre os palheiros, e as escadinhas que sobem até o topo da povoação, donde é possível aproveitar duma deslumbrante paisagem lagunar.
Depois de desfrutar de todos os sugestivos recantos da parte interna do bairro, onde ainda se podem encontrar palheiros com estruturas cores originais, obrigatória é a visita ao mercado do peixe e ao cais dos pescadores, onde aguardam as próximas saídas as tradicionais bateiras, embarcações típicas. O passeio à beira Ria, com as casinhas às riscas dum lado e o espectáculo do brilho da água do outro, representa o ex-libris da Costa Nova.
Sugere-se a visita ao Palheiro de José Estêvão, antiga casa típica que já hospedou no século passado personalidades como Eça de Queiroz, e que é hoje recuperado para salvaguardar o património histórico, cultural e arquitectónico que representa.
CIDADE DE ÍLHAVO: TRILHO URBANO
A Cidade de Ílhavo, cuja primeira referência em documentos antigos remonta ao séc. XI, pode ser considerada a Cidade das mil riquezas, dos mil recantos, escondendo, cada um, um pequeno tesouro cultural ou natural a ser descoberto. Embora não se tenham provas no local, evidências arqueológicas dos territórios circundantes indicam que já os fenícios poderão ter frequentado esta área. Talvez com eles tenha começado a tradição marítima dos Ilhavenses, um povo “de Terra e de Mar”.
O equilíbrio entre os ritmos da Cidade e os ritmos naturais, ditados pela presença imponente da Ria, revela uma perfeita integração entre o meio humano, com as suas manifestações e produtos culturais, e o meio natural. Este percurso urbano ajudará nesta agradável tarefa de descoberta, levando o pedestrianista aos pontos de maior interesse na Cidade.
Jardim Henriqueta Maia, recentemente requalificado, o jardim situa-se no centro da Cidade, sendo ainda, tal como no passado, local priveligiado de encontro para a população.
A Igreja Matriz de Ílhavo, inaugurada em 1785, é um edifício grande, de linhas sóbrias, com duas torres sineiras. A cantaria, tanto interior como exterior, é de calcário, vulgarmente designado de pedra de Ançã. O interior é de três naves, separadas por duas séries de arcadas.
Só há uma capela principal, os retábulos colaterais encostam-se ao topo de cada uma das naves, recortadas em arco. No seu interior, de épocas anteriores ao edifício, destacam-se a pia baptismal do século XVI e a escultura de madeira do padroeiro, São Salvador, do século XVII.
A Avenida Mário Sacramento, também conhecida como Avenida dos Capitães, representa uma das mais altas homenagens da Cidade aos homens deste Concelho que participaram na Epopeia do Bacalhau e nas viagens para a Terra Nova e Groenlândia. O topónimo oficial, Mário Sacramento, visa igualmente perpetuar a memória deste vulto Ilhavense, médico, escritor e político, que nasceu em 1920 no Largo do Oitão, numa habitação que ainda hoje existe.
A laguna proporcionou desde os primórdios a grande riqueza dos seus recursos. A vizinhança do típico “Bairro dos Pescadores”, caracterizado pela presença de desenhos de tema marítimo no topo das suas casas, é prova da simbiose do Homem com a Ria, que posteriormente se prolongará para o Mar. É também a Ria e o Oceano que nos legam os mais antigos testemunhos arqueológicos identificados até ao momento, nomeadamente os vários barcos/ navios identificados e que remontam aos sécs. XIV-XV (Costa Nova).
Originária do séc. XVIII-XIX, embora popularmente conhecida como Ponte Romana, esta pequena ponte pedonal sobrevive desde os tempos em que o rio ainda corria no vale que atravessava Ílhavo.
Inaugurada em 2005 a Biblioteca Municipal de Ílhavo surge no espaço do antigo Palácio de Alqueidão, do qual se conseguiu recuperar a Capela (século XVII) e da qual hoje se pode apreciar a fachada na sua original elegância.
Solar dos Maias, Edifício antigo cujo brasão, com a data de 1797, testemunha a presença, já em tempos remotos, de famílias nobres na Cidade de Ílhavo.
O Museu Marítimo de Ílhavo, edifício premiado pelo seu estilo arquitectónico, representa a maior referência à Epopeia do Bacalhau bem como às fainas agromarítimas da Ria. A sugestiva recriação do navio bacalhoeiro Faina Maior e dos seus ambientes interiores, entre outras atracções do Museu, permitem-nos reconstruir a vida da tripulação a bordo do navio.
A Arte Nova em Ílhavo Entre os primeiros elementos urbanos a chamar a atenção do visitante, encontram-se as varandas, as janelas, as cores dos revestimentos azulejares e as arquitecturas dos edifícios Arte Nova de Ílhavo. Exemplos marcantes desta corrente são a Casa dos Cestinhos e a Vila Africana, a poucas centenas de metros do centro, na direcção de Aveiro, e que merecem uma visita, assim como, naturalmente, a Vila Vieira, hoje sede da Junta de Freguesia de S. Salvador, ocalizada bem no centro da Cidade de Ílhavo.
Onde antigamente surgia o Mercado, centro de encontros e de trocas comerciais, surge agora o Centro Cultural de Ílhavo, edifício de linhas e características arquitectónicas modernas, infra-estrutura ao serviço da população Ilhavense e qualificadora desta zona da Cidade.
Capela da N. Senhora do Pranto, Lugar de culto datável ao século XVII, provavelmente foi esta a primeira Igreja Paroquial da Cidade de Ílhavo. O edifício actual surge sobre uma anterior construção, tendo sofrido, a primitiva capelinha, varias modificações e reconstruções. Em frente da Capela, existia um cruzeiro de pedra, coberto por um curucheo tetrágono ou quadrangular.
A antiga Rua Direita e o Núcleo Histórico Nesta zona da Cidade merece especial relevo a malha tão característica de becos e vielas em que se estrutura o centro histórico e o antigo eixo principal: as Ruas João Carlos Gomes, Serpa Pinto, Arc. Pereira Bilhano (antiga Rua Direita) e Praça da República. É ainda possível vislumbrar a atmosfera da época, permanecendo ainda belos testemunhos do êxito da vaga de emigração para a América do Sul, em exemplares vulgarmente designados por “Casas de Brasileiro” e onde proliferam os padrões policromáticos da azulejaria.
PRAIA DA BARRA
Galardoada com a Bandeira Azul desde 1989, com a Bandeira “Praia Acessível, Praia para Todos” desde 2002 e ainda com a Bandeira da Quercus Qualidade Ouro, as características mais marcantes da Praia da Barra são o seu enquadramento paisagístico pelo Farol (o mais alto em Portugal e um dos mais altos do Mundo, com 62 metros de altura e 66 metros acima do nível do Mar), o areal dourado a perder de vista, a qualidade das suas águas e a animação estival. Insere-se numa península que também inclui a Praia da Costa Nova, separada do continente pelo Canal de Mira da Ria de Aveiro.
Bandeira Azul: sim;
Tipo: oceânica;
Praia Acessível: sim;
Praia Dourada 10: sim;
Cadeira Anfíbia: sim;
Bares de Praia: sim;
Equipamentos: toldos, espreguiçadeiras, duches, instalações sanitárias;
Desportos na praia: surf, windsurf, bodyboard, kitesurf, vela e voleibol de praia;
Outros desportos na envolvente: passeios de bicicleta, caminhadas, futebol, ténis e natação.
Características para o surf:
Fato de inverno – 4/3 mm e fato de verão – 3/2 mm;
Tipo de ondas: Direitas e esquerdas, dependendo dos bancos de areia;
Direção das ondas: variável;
Tipo de fundo: Areia;
Melhor época: setembro a abril.
PRAIA DA COSTA NOVA
Constitui, sem dúvida, uma das mais marcantes imagens das praias portuguesas, com os seus coloridos palheiros - residências balneares pintadas com riscas coloridas e contrastantes que, inicialmente, mais não eram do que armazéns para guardar as alfaias da atividade piscatória ou armazéns de salga de peixe, a Costa Nova encanta pelo seu charme que nos recorda a segunda metade do século XIX mas também pelas espetaculares paisagens da Ria e dos pores do sol oceânicos.
À semelhança da Praia da Barra, a qualidade da praia está certificada com a Bandeira Azul desde 1989, é “Praia Acessível, Praia para Todos” desde 2002 e detém também a Bandeira da Quercus Qualidade Ouro.
Bandeira Azul: sim;
Tipo: oceânica;
Praia Acessível: sim;
Praia Dourada 10: sim;
Cadeira Anfíbia: sim;
Bares de Praia: sim;
Equipamentos: Aluguer de toldos, espreguiçadeiras, duches, instalações sanitárias, praia vigiada;
Desportos na praia: surf, windsurf, bodyboard, kitesurf, vela, pesca lúdica e voleibol de praia;
Outros desportos na envolvente: futebol, ténis, minigolfe, ciclismo, caminhadas, passeios de barco.
Características para o surf:
Fato de inverno – 4/3 mm e fato de verão – 3/2 mm;
Temperatura da água: 14° inverno - 18° verão;
Tipo de ondas: Direitas e esquerdas, dependendo dos bancos de areia;
Direção das ondas: variável;
Tipo de fundo: Areia;
Melhor época: setembro a abril.
GASTRONOMIA
De facto, nenhum outro município português pode reivindicar uma ligação tão estreita ao Bacalhau. Ele está intimamente ligado à história e à vivência quotidiana do município. Mas há outras iguarias com que pode deliciar-se… Atreva-se a descobri-las!
O Bacalhau é o rei da gastronomia ilhavense. Consta, cozinhado de mil e uma formas, em todas as ementas dos restaurantes locais e, em agosto, é até comemorado, no Jardim Oudinot, o Festival do Bacalhau, organizado pela autarquia e pela Confraria Gastronómica do Bacalhau. Lá poderá saboreá-lo mas também os seus derivados, que não são tão usuais de encontrar nos restaurantes nacionais. Samos, línguas, caras e outras partes do “fiel amigo”, preparadas à boa maneira da cozinha tradicional ilhavense e portuguesa.
O enquadramento histórico e cultural do Bacalhau pode melhor ser compreendido através da visita ao Navio Museu Santo André, um antigo arrastão bacalhoeiro, agora aberto ao público (com exceção das segundas-feiras), e que durante cinquenta anos, cruzou os mares do Norte. Construído em 1949, na Holanda, por encomenda da Empresa de Pesca de Aveiro, o Santo André possui 71,40 metros de comprimentos, que contam a história vivida pelos lobos do mar na dura e emocionante epopeia do bacalhau, perpetuada na memória e costumes desta população de mãos dadas com o Mar.
O Museu Marítimo de Ílhavo, de que o Santo André é polo, fornece também um complemento histórico da importância e da tradição de mar ilhavense. Mas aqui encontrará, na sua plenitude, as restantes tradições pesqueiras ilhavenses que se refletem na cozinha local através de peixe fresco, grelhado ou caldeiradas. Se optar pela sua preparação caseira não se esqueça de visitar o Mercado de Peixe da Costa Nova.
Este mercado é o único no país com cozedura de marisco nas suas instalações, que assim permite que os conhecedores possam apreciar diretamente o marisco confecionado, sem necessidade da sua preparação em casa. Também em agosto acontece o Ria a Gosto, o festival de marisco da Praia da Costa Nova, no relvado das proximidades.
No mercado encontrará os mais frescos ingredientes, que abastecem os restaurantes das redondezas. Nestes também poderá apreciar outras iguarias da pesca ingredientes de base de outros pratos tradicionais locais e regionais como as enguias, fritas ou caldeiradas, ou ainda, em março, a galiota. Prove também os carapauzinhos de escabeche, as sopas de peixe e a mais tradicional de todas, a chora, comida típica dos marinheiros embarcados nos mares gélidos da Gronelândia e da Terranova.
Se preferir as sobremesas pergunte pelo leite creme ou pelo arroz doce à moda de Ílhavo ou até pela simples tripa, que é possível encontrar nos quiosques de rua. As papas de abóbora ou as papas de carolo de milho são outras iguarias locais, mais raras mas especialmente apreciadas.
O que não poderia nunca ser esquecido são as afamadas Padas de Vale de Ílhavo, tal como os Folares também desta zona. Confecionados pelo saber ancestral das padeiras são particularmente apreciados na região. Não prescinda de o provar. Embarque nesta deliciosa aventura!