MIRANDA DO DOURO
Miranda do Douro é uma cidade do distrito de Bragança, no Nordeste de Portugal, banhada pelos rios Fresno e Douro e em plena fronteira com Espanha. Situada numa região montanhosa e árida, mas com lindas paisagens e envolta pelo Parque Natural do Douro Internacional.
Foi há muito tempo atrás que os primeiros povos começaram a permanecer por estas terras -entre eles há vestígios da forte presença de Celtas e Romanos. A região tornou-se uma posição estratégica importante, dada a proximidade com Espanha, devido às várias batalhas que se desenrolaram ao longo dos tempos – em especial na Idade Média.
Quando se realiza o Tratado de Alcanices – que foi celebrado entre D. Dinis - rei de Portugal, e Fernando IV - rei de Leão e Castela, dá-se a fundação de Miranda em 18 de Dezembro de 1286 e é elevada à categoria de vila, aumentando também os privilégios de que já dispunha.
Mais tarde, D. João III eleva Miranda do Douro à categoria de cidade a 10 de Julho de 1545.
Miranda do Douro sempre soube conservar as suas tradições e modos de vida num tempo cada vez mais “arrojado”. Por exemplo a própria língua - o Mirandês, que é património único na região e que tem sobrevivido à passagem do tempo ilesa. Mas há outras tradições que ainda hoje sobrevivem como em tempos atrás, dado o interesse que as gentes manifestam e o carinho com que são mantidas na região. É o caso do colorido folclore com a famosa dança dos paus, ou dos Pauliteiros de Miranda - com o seu típico trajo de saias e acompanhados pelo toque da gaita de foles. São uma herança viva da ocupação Celta da região na época da Idade do Ferro.
Miranda do Douro tem um rico património natural, social e edificado, como são exemplo as suas bonitas casas antigas, o seu monumento mais imponente: a Sé (hoje Igreja de Santa Maria Maior) do século XVI, entre outros tantos pontos de interesse.
A proximidade com Espanha, ajuda e de que maneira os numerosos comércios existentes na cidade – calçado, têxteis ou ourivesaria, são destinados aos vizinhos espanhóis que vêm do outro lado da fronteira para fazer as suas compras. Mas também peças como as Colchas feitas nos teares tradicionais, os Bordados, os tecidos de Saragoça e Buréis ou as Flautas, as Gaitas de Foles, as Rocas e as Castanholas, são igualmente procuradas por quem se desloca à região.
A Gastronomia transmontana é presença importante em Miranda do Douro, com a sua Posta Mirandesa, a Bola Doce Mirandesa o Folar de Carne, os pratos de enchidos como a Alheira, as Rosquilhas ou o famoso Pão de Ló.
A visitar:
ARTESANATO
O tempo não parou nesta terra que guarda em si sinais do passado, mas que também se reconstrói aos olhos do presente. Quem visita o concelho de Miranda pode admirar-se com as obras arquitectónicas que os nossos antepassados, esses grandes homens de saber e arte, nos deixaram.
Contudo, não deixaram apenas edifícios de uma arquitectura admirável, deixaram também pela sua inteligência, génio e vontade de trabalhar obras lindíssimas gravadas na pedra, na madeira, no ferro, na lã, no linho e couro e até na prata e noouro. Foram estes que, lutando com os materiais de toda a espécie deixaram obra útil, construíram cultura e admiração que o tempo não corrompeu. O artesanato assume-se assim, como a presença viva da herança cultural que é a matriz da nossa personalidade e identidade diferente da de outros povos e culturas é uma arte de saber fazer. Felizmente, há ainda no concelho de Miranda gente que conserva e produz muita dessa arte.
ACTIVIDADES
Cruzeiros Ambientais no Douro Internacional
Passeios de Burro
FESTAS E ROMARIAS
Feira de exposição do gado bovino de raça Mirandesa, a 24 de Junho
Dia da cidade, a 10 de Julho (Feriado Municipal)
Festas da cidade de Miranda do Douro e de Santa Bárbara, no penúltimo Domingo de Agosto
PARQUE NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL
Quando se fala em parque natural subentende-se que seja uma área que se caracteriza por conter paisagens naturais, seminaturais e humanizadas, de interesse nacional, sendo exemplo de integração harmoniosa da actividade humana e da Natureza e que apresenta amostras de um bioma ou região natural. O Parque Natural inclui os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro, totalizando uma área de 85.150 ha, e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro assim como as superfícies planálticas confinantes.
Sendo assim, o concelho de Miranda do Douro tem o privilégio de pertencer a este parque, o que nos confere ainda mais valor, pois torna-se o local escolhido por muitas espécies animais para constituir o seu habitat, oferecendo também condições ideais para proliferação de determinadas espécies vegetais. Tal como foi dito anteriormente o relevo do nosso concelho é caracterizado por declivosas vertentes ou arribas onde o Rio Douro assume uma estrutura de canhão fluvial graças à sua geomorfológia.
A sua orografia adquire por isso características geológicas e climáticas únicas condicionando a população vegetal e animal. A avifauna adquire uma importância significativa a nível nacional, e até internacional, quando associado às actividades humanas e ao património cultural local, a conjugação de todas estas condições justificaram a denominação desta área como Parque Natural do Douro Internacional.
PAULITEIROS DE MIRANDA
Na Terra de Miranda e em todo o Planalto Mirandês ainda hoje se celebram com bastante pureza no seu ritualismo original, as festas solsticiais de Inverno. São rituais de profundo significado mitológico, ritos de iniciação, “mitos do eterno retorno” cuja origem teremos que procurar muito longe no tempo.
A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os estudiosos que sobre ela se debruçaram. Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa.
Assim, estas danças mantiveram-se no paganismo até ao século X, quando a igreja católica as começou a admirar nas festas dos santos (que correspondiam às épocas solsticiais) passando-se a celebrar as colheitas com as festas dos santos padroeiros.
Ao contrário do que poderá parecer, os Pauliteiros de Miranda não são um grupo originário da cidade de Miranda, mas vários grupos de aldeias circundantes, pertencentes ao concelho de Miranda Do Douro (apesar de actualmente, já existir um Grupo de Pauliteiros na Cidade de Miranda do Douro).
Os Pauliteiros tomam um lugar especial nas pequenas aldeias circundantes do concelho de Miranda do Douro: constituem-se exclusivamente de homens (actualmente já existem grupos de pauliteiras), que vestem um costume bem diferente dos outros ranchos e a coreografia complexa com os paulitos e castanholas que despertam a nossa atenção.
Assim, tradicionalmente, os Pauliteiros:
São um grupo constituído exclusivamente de 8 rapazes e três músicos (gaita de foles, caixa e bombo).
Executam o peditório da forma antiga, começando às 6.00 da manhã, após a alvorada dos gaiteiros dançando alguns lhaços em frente às igrejas e capelas, rezam em frente às casas que estão de luto, etc.
Ver dançar os Pauliteiros é sempre um espectáculo a não perder, quer seja em frente à Igreja depois da missa da festa religiosa local, quer seja fora.
GASTRONOMIA MIRANDESA
Aqui revelam-se sabedorias seculares, usos, costumes e, sobretudo, imaginação que, as mais das vezes, nos fazem sentir o pulsar de uma vida, de uma família, de uma região…. Sabendo que muitos dos nossos visitantes vêm ao nosso Concelho com o objectivo de descobrir a nossa gastronomia, a autarquia de Miranda do Douro, apresenta esta publicação que recolhe uma relação dos pratos típicos da região.
Sustentada pelo gostinho apurado dos condimentos regionais, a gastronomia faz bom jus à sua fama: é da melhor e mais saborosa do País! Vinhos e petiscos quanto baste. Pratos típicos a espevitar as papilas gustativas. Aperitivos líquidos digestivos. Sabores intensos de origens vegetais ou animais. A carne. Os produtos hortícolas vindos das hortas familiares, as carnes autóctones. As doçarias – uma tentação. De origem árabe ou de cariz conventual. Todas elas de sabores e gostos apuradíssimos, de irresistível aspecto e cheiro, provocadores de deliciosos “pecados”. Não há restaurante que se preze que não ostente o seu prato típico o seu melhor prato. No Concelho de Miranda é sempre difícil a escolha, aqui os pratos típicos aliciam-nos e”baralham” as dietas… Quando se sentar à mesa num dos muitos restaurantes do Concelho, esquecer-se-á do relógio e render-se-á aos prazeres da gula.
Para abrir o apetite, aqui ficam alguns pratos da nossa cozinha tradicional: Posta à Mirandesa, Cordeiro assado na brasa, Bacalhau assado, … bola doce … tudo bem regado com o vinho da região.
Enchidos
Os enchidos, fazem parte de um saber encestral das nossas donas de casa, puro e genuíno, incomparável na mestria e no cuidado com que preparavam os enchidos regionais que ao longo do ano faziam as delícias dos convidados em dias nomeados. Soubemos preservá-lo e traze-lo até aos nossos dias.
O fumeiro dispensa apresentações, até porque seria impossível reproduzir fielmente através das palavras, tão nobre sabor, apenas conseguido com os saberes transmitidos ao longo dos tempos e com a elevada qualidade das matérias primas utilizadas na sua confecção. Resta-nos convidar-vos a desfrutar das variedades gastronómicas, culturais e recreativas que este Concelho tem para vos oferecer.
No fim-de-semana de Carnaval, Miranda do Douro coloca à disposição dos seus visitantes aquilo que de mais tradicional possui, no Festival de Sabores Mirandeses. Temos artesãos com trabalhos genuinamente do concelho e paralelamente encontram-se os postos de vendas de produtos regionais geralmente ligados ao porco. Este fumeiro distingue-se do de outras regiões desde logo porque aquando dos temperos em vez de vinho como se faz em muitos locais, é usada água.
Alheira
Por definição, a alheira é um enchido típico da culinária portuguesa cujos principais ingredientes podem ser carne de aves, pão, azeite, banha, alho e colorau. Diz a tradição que as alheiras se devem começar a preparar de manhã cedo, para que todo o trabalho possa ser feito no espaço do dia. O pão por ser muito compacto, se deve colocar-se num alguidar, espaçadamente, e não em camadas. Dependendo do gosto, pode pôr –se um pouco mais de azeite, visto serem feitas com carnes pouco gordas.
É característico, em Trás-os-Montes, apresenta-las com batata cozida, cortada ao meio sobre o comprimento e grelos cozidos. Há também quem goste de cortar as batatas cozidas em rodelas e alourá-las na gordura que as alheiras largam, ao fritar ou assar. Para evitar que as alheiras rebentem ao fritar ou assar, há quem as pique com uma agulha.
Bola Doce
A Bola Doce é um ex-libris de Miranda do Douro que, durante alguns anos, esteve ausente das mesas pascais dos Mirandeses mas que com o reavivar da memória e das tradições voltou a aparecer e assumiu um êxito estrondoso.imagemNão se sabe muito sobre quem teria inventado este doce, mas os mais antigos dizem que amassavam o pão à mão e, depois, no estrado do forno comunitário (a lenha), separavam um pouco de massa, juntavam mais alguns ingredientes e faziam a bola doce. Este doce típico, e exclusivo de Miranda do Douro, é confecionado com farinha de trigo, fermento padeiro, manteiga, açúcar branco e amarelo, ovos, azeite, água e canela.
Como manda a tradição, esta iguaria de qualidade é apreciada na época da Páscoa, especialmente no Domingo de Páscoa e Segunda – Feira de Folar, pelos Mirandeses e por todos os que nos visitam nesta quadra festiva.
É tradição na Segunda-feira a seguir à Páscoa, as famílias irem para o campo comer o Folar, a Bola Doce os bolos secos e o cordeiro assado na brasa.
Posta Mirandesa
A posta de carne mirandesa é uma receita de excelência da cozinha tradicional transmontada. A receita teve origem nas feiras de gado, sendo inicialmente temperada com sal grosso lançado sobre os nacos de carne, dispostos numa grelha bem quente.
A carne de vitela de raça mirandesa é um produto que obedece aos mais elevados padrões de qualidade no seu processo de produção, podendo considerar-se um produto de específico valor biológico.
Para garantir a qualidade da Carne Mirandesa, é exercido um rigoroso controlo sobre todo o processo de produção. A alimentação dos animais é determinante para a qualidade da sua carne. Os vitelos de raça mirandesa são alimentados exclusivamente à base de produtos naturais, como o leite materno, suplementados com cereais, pastagens e forragens produzidas na própria exploração, sem utilização de fertilizantes químicos.