O turista tem boas razões para visitar o concelho do Sabugal. No que diz respeito ao património natural, destaca-se a Malcata, com a sua Reserva Natural. Trata-se de um local onde se podem observar diversas espécies de plantas e animais, algumas delas alvo de proteção especial.
O património construído revela traços da presença humana nas terras de Riba-Côa desde a pré-história. Para uma visão geral dessas marcas ao longo do tempo, a melhor opção é uma visita ao Museu do Sabugal. No entanto, não há como percorrer o território para ter uma visão mais adequada da forma como o homem se foi adaptando ao meio ambiente que encontrou nas margens do Côa e como se relacionou com os vizinhos.
O concelho do Sabugal é predominantemente rural, estando a base da sua economia na agricultura e na pecuária. A pastorícia, associada à produção de queijo de ovelha e de cabra, é também bastante importante para a economia local. A floresta é outro importante recurso, com áreas significativas ocupadas por matas de carvalho e pinhais.
A não perder, a Aldeia Histórica de Sortelha, Conjunto patrimonial de Vilar Maior, Castelo do Sabugal, Termas do Cró, Reserva Natural da Serra da Malcata, nascente do Rio Côa na Serra das mesas e a Ponte de Sequeiros.
Todas as freguesias festejam os seus oragos, com festas de dimensão variada. Todas as que têm lugar nos meses mais quentes atraem à sua terra natal aqueles que emigraram ou optaram por ir trabalhar noutros locais do país. O principal destaque vai para as festas de Nossa Senhora da Graça (Sabugal), Nossa Senhora da Granja (Soito) e Nossa Senhora da Póvoa (Sacaparte).
No Sabugal, têm ainda grande presença popular os festejos de São João. Em algumas das localidades do concelho, perdura a tradição do Madeiro de Natal. Num largo da povoação, durante a noite de Natal, acende-se uma fogueira em torno da qual se reúnem os seus habitantes, passando a noite em convívio, mantendo a fogueira até de manhã.
Entre as tradições do concelho, destaca-se, pela sua especificidade, a Capeia Arraiana, registada desde 2011 no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, sem esquecer também a saborosa gastronomia tradicional. Tudo isto e muito mais poderá conhecer com uma visita ao Sabugal.
PATRIMÓNIO HISTÓRICO
Se quer entrar na História e surpreender os sentido, Sabugal é uma boa porta de entrada.
São diversos os testemunhos arqueológicos que atestam a ocupação humana no vale superior do rio Côa, ao longo dos tempos. No Museu Municipal do Sabugal estão expostas as melhores evidências da permanência dessas comunidades humanas que, entre a pré-história e a formação da nacionalidade, exploraram e defenderam o Alto Côa. Estão cartografados indícios de ocupação pré-histórica a partir do Neolítico, mas são os períodos do Calcolítico e da Idade do Bronze, que atestam um maior número de povoados e de achados arqueológicos avulsos.
Na Idade do Ferro, as comunidades lusitanas deixaram diversos vestígios materiais e restos dos seus castros amuralhados no topo elevado de alguns relevos. A presença romana é conhecida por múltiplos sítios espalhados pelo território, mas é sobretudo forte a quantidade de epígrafes conhecidas (inscrições em baixo relevo talhadas na pedra), e que estão expostas no museu, que demonstram a potencialidade da romanização da região e a aculturação das populações indígenas locais.
Há também vestígios de calçadas, pontes e miliários que assinalam a passagem das vias mais importantes pelo Alto Côa.
É muito diversificado o património construído digno de visita, um pouco por todo o concelho. Desde a arquitetura popular à religiosa, militar ou erudita, muitos pontos de interesse se encontram que poderão despertar a atenção do visitante.
Desde a Idade Média até ao século XIX, o território do atual concelho do Sabugal estava repartido por cinco vilas, cada uma encabeçando o seu concelho: Alfaiates, Sabugal, Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior. Com maior ou menor grau de conservação, existem em cada uma vestígios da sua importância passada, quer em termos de arquitetura militar, quer em símbolos do poder político-judicial local.
Nestas localidades congregaram-se os poderes políticos, judiciais, militares e económicos. Poderes que se ostentaram em diversos imóveis que ainda hoje poderá observar ou visitar.
Em volta destes imóveis criaram-se diferentes vias, assinaladas por pontes e alminhas, com os pequenos núcleos populacionais e casais espalhados pelos seus percursos onde também se reconhecem algumas sepulturas antropomórficas (escavadas na rocha).
PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO
Gravuras rupestres de Vilar Maior
Em Vilar Maior, defronte dos antigos Paços do Concelho, no decurso da remoção de um muro existente, identificou-se um conjunto de gravuras numa laje granítica, desobstruída com estes trabalhos, onde destaca um grande motivo quadrangular reticulado de 7X8 fiadas de quadrículas, que se assemelha a um tabuleiro de jogo.
A observação atenta dos estranhos motivos geométricos e abstractos que se observavam ao lado do grande quadrilátero, nomeadamente os halteriformes, os escaliformes, as figuras em “V” (de conotações femininas) e as múltiplas covinhas, confirmaram que se trata do primeiro painel de arte rupestre pré-histórica do concelho do Sabugal.
Ruínas do Convento de Sacaparte
Nas proximidades do Convento de Sacaparte, existem ainda os restos de um dólmen. Deste primitivo monumento sobram apenas três pedras, que constituem os restos de uma construção mais complexa, da qual só visualizamos uma parte reduzida, pois o monumento terá sido destruído ao longo do tempo, pelos trabalhos agrícolas e florestais e pela reutilização das pedras em muros das propriedades envolventes. A forma de colocação das pedras fincadas no solo é cuidada e a orientação E-SE do eixo principal da construção confirmam que se trata de um monumento funerário pré-histórico.
Ruínas do Sabugal Velho
As ruínas do Sabugal Velho situam-se na freguesia de Aldeia Velha. Os vestígios cobrem a totalidade do topo dum pequeno relevo, destacado da superfície planáltica pelos seus 1019 m de altitude, obtendo um amplo domínio visual da plataforma da Guarda/Sabugal, a norte. Para além do potencial estratégico, a ocupação humana do assentamento decorre da sua riqueza mineira, estando confirmada a presença de filões de ferro e estanho nas imediações.
Visite ainda a Caria Talaia e a Atalaia do Carrascal
CAPELA ARRAIANA
A mais original e conhecida tradição raiana é a da Capeia. Um pouco por todo o lado, nas freguesias mais próximas da raia, tem lugar esta forma peculiar de toureio.
A Capeia Arraiana faz parte de um conjunto mais complexo de eventos, com início no encerro. Neste, homens a cavalo conduzem os touros, através dos caminhos rurais, para o local onde ficam reunidos até ao início da Capeia. Esta tem lugar numa praça, muitas vezes improvisada num largo da povoação, ou recinto próprio (Soito ou Aldeia da Ponte). O seu primeiro ato formal é o ‘pedido da praça’ pelos mordomos a uma entidade local. Segue-se a capeia propriamente dita. Um grupo de homens (cerca de 30) transporta o forcão, único meio de que dispõem para se opor às investidas do touro. O forcão é feito com paus de carvalho e tem uma forma triangular.
PATRIMÓNIO ETNOGRÁFICO
O artesanato, a cultura e a gastronomia são eixos do concelho de Sabugal moldados pelo clima, pela agricultura e pela pastorícia.
O fabrico de queijo de cabra e de queijo fresco é uma das atividades que vem do passado até aos dias de hoje.
Sabugal é um concelho de grande emigração. Nas típicas épocas de regresso, a saudade dá lugar ao reencontro e à alegria entre os familiares. As tradições têm lugar marcado nas festas e romarias, religiosas ou populares, nas feiras e mercados. Momentos especiais para as gentes do Sabugal, mas também para quem nos visita.
Não esquecer as famosas e únicas capeias arraianas, uma singular forma de tourear, com auxílio do forcão, demonstrando a arte e a bravura deste povo. Nesta tradição não falta o encerro. Trata-se da condução dos touros através de caminhos rurais, com o auxílio de cavaleiros experientes, que correndo à frente dos animais ou atrás destes, os conduzem até ao local onde se realizará a capeia.
São estas caraterísticas de fervor religioso, touros e cavalos que fazem das festas do concelho de Sabugal um lugar único e emotivo que convida à descoberta.
O artesanato local é, em primeiro lugar, uma resposta às necessidades das populações. Daí que possua, com frequência, uma componente utilitária. Aos poucos, o artesão vai assumindo elementos artísticos, forma de assegurar a sobrevivência numa sociedade de produtos industrializados. Em Sortelha, é frequente encontrar à venda cestaria de bracejo, atividade própria da freguesia.
Em diversos locais, ainda há quem se dedique à tecelagem em modos ancestrais: fabricam-se mantas de retalhos, colchas, panos, etc. Não será também difícil encontrar trabalhos de renda, bordados ou ponto cruz. Em madeira, temos quem confecione cadeiras, bancos, escultura, maquetes de casas, cabanas para presépios, pífaros, ou miniaturas como do forcão. O ferro forjado e outros trabalhos neste material são ofício de alguns artesãos. O barro é usado para a confeção de presépios, louças ou objetos decorativos. Por último, podemos ainda referir trabalhos de escultura e pintura sobre diversos suportes.
MUSEUS
Museu do Sabugal
No edifício onde anteriormente estiveram instaladas as Finanças e Polícia, totalmente reconstruído, funcionam agora um Auditório Municipal – com cerca de 150 lugares e equipado para cinema, teatro, conferências, etc – e o Museu do Sabugal . Este possui dois espaços expositivos: a exposição permanente, de caráter arqueológico, retrata a presença humana na área do concelho, ao longo dos tempos; o outro espaço destina-se a exposições temporárias, tendo acolhido, desde a sua abertura, projetos de áreas muito diversificadas: pintura, escultura, etnografia, etc. A partir do auditório, existe acesso a um café, aberto ao público e com esplanada no recinto ajardinado com parque infantil nas traseiras do edifício e sobranceiro ao rio Côa.
Museu de Vilar Maior
Existente desde os anos oitenta, foi remodelado em 2016, apresentando uma exposição alusiva à história e etnografia desta aldeia da zona norte do concelho.
Casa da Memória Judaica do Sabugal
Num edifício existente junto ao castelo do Sabugal, adquirido pelo Município, foi instalado um espaço evocativo da presença judaica na antiga vila e diversos elementos sobre a história do próprio edifício. Foi inaugurado em 2017
TERMAS DO CRÓ
As Termas do Cró situam-se na Freguesia de Rapoula do Côa, 15km a norte do Sabugal, na estrada em direção a Cerdeira do Côa. O local é atravessado pelo ribeiro do Cró, também conhecido por ribeira do Boi (um dos afluentes do rio Côa), que efetuaa separação entre as duas freguesias e pode ser cruzado através de uns pontões. As suas águas medicinais poderão ter uma utilização muito antiga, pois existem indícios que apontam para uma possível presença no local em período romano.
A referência mais antiga ao Cró é de 1726, da autoria de Francisco da Fonseca Henrique, que já então falava dos notáveis efeitos curativos dos banhos destas águas e da necessidade de se criarem aí instalações apropriadas. As termas foram sendo usadas pelas mais diversas pessoas, vindo mesmo algumas de fora do país. Somente em 1935 se construiu um balneário. O complexo termal era então composto pela igreja da Senhora dos Milagres, a Pensão dos Milagres, o antigo posto telefónico e de correios, os poços de armazenamento de água termal e algumas casas que pertenciam a pessoas de maiores posses, que aí iam tomar banhos.
O complexo balnear, que estava abandonado desde 1974, foi reabilitado pela autarquia, dotando-o de todas as valências de umas termas atuais. O espaço está concessionado desde 2012. Recentemente, foi inaugurado um hotel rural de apoio aos utentes.
Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitetónica inalterada até aos nossos dias, sendo considerada uma das mais bem conservadas. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo e vigiadas por um sobranceiro castelo do séc. XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte igreja renascentista.
Situada no alto de um monte elevado, a mais de 760 metros de altitude, numa região muito acidentada, de cariz granítico, Sortelha é uma povoação ornada com penedos e barrocos, onde as casas encostam e assentam. Esta disposição das casas, expostas ao sol, explica o cognome de "lagartixos" dado aos seus habitantes.
É uma aldeia em granito, com ruas e vielas tipicamente medievais, fechadas por um círculo de muralhas, vigiado por um sobranceiro castelo do século XIII. Sortelha continua a ser certamente uma das mais belas e antigas povoações do nosso País, cujo traçado pouco se alterou nos últimos 500 anos. Foi sede do concelho até à sua extinção em 1855 e actualmente é uma das mais bem conservadas e bonitas Aldeias Históricas da Beira Interior.
Sortelha foi povoada por D. Sancho II, com população da região envolvente. A escolha do local deveu-se a uma mera questão defensiva, de modo a garantir as condições mínimas de segurança.
Terra abençoada por paisagens de rara beleza bucólica, Sortelha, desde tempos imemoriais desenvolveu uma agricultura preservando ao longo dos tempos as tradições ancestrais, em especial, a pastorícia. É comum ainda hoje ver, pelas encostas e vales em torno de Sortelha, cabradas e rebanhos de ovelhas conduzidos placidamente por pastores.
Esta atividade providenciou durante séculos alguns produtos básicos da gastronomia local, sobretudo a caldeirada de cabrito e o famoso queijo. Outros sabores podem ser apreciados como são os enchidos, a pita amarela, o pão-de-ló e os ovos esquecidos.
Ao nível do artesanato realça-se o bracejo, os tapetes de Arraiolos, os panos de linho, as mantas de farrapo, as flautas e as esculturas em pedra.
Do seu património cultural e edificado destaca-se a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, as capelas de S. Sebastião, de S. Tiago, de Santa Catarina, de S. Cornélio e da Senhora do Desterro, assim como as muralhas, o Castelo, o Pelourinho e as sepulturas escavadas na rocha.
Outros locais de grande interesse são a Cabeça da Velha, a serra da Pena, a pedra furada e as minas de Vale da Arca, Carrasca e Bica.
No plano das festividades sobressaem a Festa de Santo Antão (na Segunda-Feira de Pascoela) e de Santo António (no segundo fim-de-semana de Agosto). As festividades em honra de Santo Antão possuem uma elevada carga simbólica, pois este santo é o patrono dos animais. A ele é pedida bênção para as colheitas e para os animais de criação, o que demonstra a crença e a arreigada religiosidade destas gentes.
PATRIMÓNIO NATURAL
O Sabugal localiza-se num relevo trabalhado pela erosão, a ocidente, os vales são muito encaixados e as encostas muito declivosas, constituindo enfiamentos visuais de grande beleza, onde se sente a força telúrica de vertentes coroadas por pedaços de céu. O relevo é contudo mais suave, no vale do Côa, onde os pontos altos adquirem importância acrescida como miradouros ou simples “pontos de referência” territorial. Existem ainda zonas com características de montanha, a Serra da Malcata, de onde nasce o Rio Côa, que no seu percurso proporciona praias fluviais e açudes, permitindo a prática da pesca desportiva ou de lazer. Como fruto de grande referência tem-se a castanha.
A barragem do Sabugal fica junto à sede de concelho (5 Km). O espelho de água e a área envolvente são convites ao lazer, ao desporto ou à simples contemplação. A albufeira de Alfaiates é outro local de idênticas sensações.
A Reserva Natural da Serra da Malcata possui um valor patrimonial que o próprio estatuto comprova. Para além da paisagem das montanhas, a serra apresenta uma grande importância faunística. O destaque vai para o Lince Ibérico, símbolo de luta pela preservação desta área, mas é importante não esquecer o coelho, a lebre, o lobo, a lontra, a toupeira-de-água, a perdiz, a águia-cobreira, o grifo, o açor e o peneireiro. A vegetação da Malcata, bastante densa, inclui ainda espécies como o carvalho, freixos e amieiros. A vegetação da Malcata foi declarada como Reserva Biogenética no âmbito do Conselho da Europa, bem como Sítio de Interesse Ornotológico ao abrigo da Diretiva 409/79.
O Sabugal cresce num espaço de grande ruralidade, onde a paisagem rural e a paisagem mais humanizada se interligam e apresentam grande indefinição de contornos.
PERCURSOS
O Sabugal é um concelho de grande dimensão, dos maiores do país. Uma boa parte desse território encontra-se coberta por floresta ou apresenta vastos panoramas e aspetos geomorfológicos de grande interesse. Para facilitar ao visitante um acesso agradável a muitos desses locais, usufruindo do contacto direto com a Natureza, existem diversos percursos devidamente sinalizados e alvo de manutenção regular.
Para o apreciador das caminhadas, temos oito Pequenas Rotas, um pouco por todo o concelho:
Para além destes pequenos percursos, o concelho é atravessado por duas Grandes Rotas:
Os adeptos do BTT podem escolher, para além destas duas GR, que também podem ser percorridas em bicicleta, oito percursos, com extensão e grau de dificuldade variável, cobrindo boa parte do concelho. Têm ainda ao seu dispor dois Centros de BTT, no Sabugal e Cró.
Prepare os sentidos e o prato: no concelho do Sabugal vai deliciar-se com o melhor da gastronomia. À mesa os desafios são muitos: procure provar o javali, a perdiz, o coelho bravo, o arroz de lebre, o típico cabrito e borrego assado na brasa ou as afamadas trutas de escabeche. Tem ainda os enchidos, o bucho, o presunto raiano, o caldo escoado e o de “gravanço” (grão-de-bico), o caldo de vagens secas, a tapioca, o arroz doce, o bolo pardo, o bolo dos santos, as castanhas e os coscoréis … sabores de referência para uma visita a Sabugal.
Como era inevitável em tempos de difíceis comunicações e de poucas condições de conservação dos produtos alimentares, as populações destas regiões viviam muito daquilo que era possível obter através de produção própria, ou nos mercados periódicos. Assim, uma componente fundamental da alimentação no quotidiano dos sabugalenses eram os caldos. A batata, o feijão ou o grão de bico eram componente indispensáveis para o caldo escoado, de vagens secas, ou de grão. Para tornar mais saboroso o prato, usava-se um pouco de morcela, chouriço, etc.
O rio Côa sempre foi muito rico em trutas e outros peixes, daí estes não deixarem de marcar presença à mesa. Ainda hoje, a truta é um dos pratos mais procurados nos restaurantes do concelho.
Na casa tradicional, criavam-se animais, entre os quais assumia especial importância o porco. A partir de finais de Novembro, tinha lugar a matança. O porco torna-se relevante para a alimentação, visto se poder consumir de formas muito diversificadas. Em primeiro lugar, a carne, comida fresca ou conservada em sal, mas também o sangue e, acima de tudo, os enchidos: bucho (feito com pedaços do osso, cartilagens, coiratos, gorduras, rabo, orelhas...), morcela, chouriços, farinheira, etc.
Qualquer refeição, principalmente num dia de festa, só fica completa se acompanhada pela sobremesa. Neste campo, podemos encontrar alguns bolos, como o bolo dos Santos, o bolo pardo, Biscoitos “Os Esquecidos”. Claro que também aqui aparecem aquelas iguarias de todo o país, como o arroz doce, rabanadas ou filhoses. Mais específicos da região são os coscoréis ou os santoros.
A prática do pastoreio permitia, entre outros, o fabrico de queijos. Ainda hoje, na zona da Malcata, se produz um queijo de grande procura.
Por último, não nos podemos esquecer que, no Sabugal, é importante a produção de castanha.